Coreografar é algo que sempre me encantou! Apesar da dança árabe ter a sua carga de improviso muito presente, as coreografias sempre foram algo que me despertavam um sentimento. E é sobre isso que eu vim falar hoje, sobre como eu faço a criação das minhas coreografias e como é o “método” que funciona pra mim.
Pega papel e caneta e vamos lá!
Então… Já falei isso algumas vezes para pessoas próximas a mim, e sempre é algo que causa uma surpresa na maioria das pessoas. Eu começo a minha coreografia sentada, com papel e caneta! Não, eu não “sinto a música” pra depois ver o que dá hahaha
Primeiro passo: Mapear toda a música! O que isso significa? Significa escrever todos os ritmos que ela tem, como que é o andamento da melodia, ARBAS! ARAJS!, o que a letra fala (quando houver letra), tem taksim? Qual instrumento?, tem folclore? Qual folclore? (se for uma rotina oriental), identificar a entrada em cena (porque eu sempre entro em cena, dificilmente começo coreografia posicionada), identificar partes da música onde é possível fazer algo diferente, etc. Basicamente transcrever a música para o papel de maneira a analisa-la por completo.
Feito isso, fica mais fácil perceber quais passos podem ser usados em quais partes da música. Por exemplo, em um ritmo rápido como o Laff (2t), separe aqueles passos de deslocamento, passos que te façam movimentar pelo palco (tenha sequências destes passos anotadas para utilizar na sua coreografia). Observe que não adianta fazer uma sequência apenas com a base rítmica e ir agrupando uma na outra! Eu sempre inicio com a base rítmica (porque é mais fácil pra mim), mas atenta para ouvir a melodia e modificar as sequências para que “casem” com a melodia da música também!
Sobre criação de sequências e como “casar” elas com a melodia eu posso fazer uma outra postagem, provavelmente um vídeo algum dia para explicar melhor se vocês quiserem (comentem aqui se querem um vídeo meu gravando essa explicação).
Buenas! Feito as sequências de passos no quadril, hora de observar os braços (porque eu tenho a tendência de ficar com os braços na lateral a vida inteira se deixar). Sempre teremos o braço que fica mais “natural” pra gente na hora dos movimentos, mas procure fugir um pouco deles, pois é uma coreografia, você pode treinar quantas vezes quiser, utilize variação de braços para fugir um pouco dos vícios! Daí gostaria de fazer um adendo e dizer que a transição dos braços é tão importante quanto as transições do quadril! Não adianta fazer braços que não tem “fluidez”, entende?
Estamos quase lá! Já temos o mapa e já temos as sequências, o que falta? DESLOCAMENTOS! Sim!!! Utilize o palco, não é só o centro que existe não hahahaha Não tenha medo de virar de costas, de usar o fundo do palco, de usar as diagonais (não só virar pra elas, ok?) e temos a diferença de planos também (ponta de pé, pé no chão, joelhos flexionados, agachada e deitada). Teus passos e o teu mapa são teus guias. De uma maneira geral, para deixar bem prático a coisa: Ritmos rápidos (como laff e valsa), desloque muito! Ritmos cadenciados (como maksum, said, baladi), desloque um pouco menos. Ritmos de andamento lento ou muito marcados (como wahdes, masmoudi, ayoub) não desloque. Via de regra, essas dicas podem te ajudar a começar!
犀利士
t-weight: 400; text-align: center;”>Grande beijo no coração de vocês,
Marina Peretto