Não existe uma dança que se chama Tarab! O Tarab é um sentimento! É você entregar-se totalmente à música, à melodia, à letra, às nuances. É interpretar a história da música.

É um termo de difícil tradução, pois é um estado de contentamento que o público e o cantor atingem juntos. Evoca a estados de espírito e sentimentos, referindo-se a um estado de elevação emocional, ao êxtase, ao encantamento, tanto de tristeza quanto de alegria. Na cultura artística árabe, pode ser encontrado em poemas e músicas.

Performance do artista: entrega total e sincera à música e ao momento, com sentimentos genuínos. A regra, que não é uma regra, mas sim a característica principal, é que a bailarina entregue-se à música transmitindo e traduzindo, através de seu corpo e de seus movimentos, os sentimentos carregados tanto pela melodia quanto pela letra, e interpretação vocal do(a) cantor(a), despertando esse sentimento em seu público. Ao dançar este tipo de música, a bailarina deve se preocupar em utilizar movimentos típicos e originais da dança árabe; véu nunca é usado na música inteira, apenas em momentos de entrada, e devem ser simples e compor com o traje da bailarina.

Artistas: Existem cantores e compositores que só trabalham com este “ambiente” musical. Alguns exemplos são Abdel Halim Hafez e Oum Kalthum, que possuem peças que chegam a ter 50 minutos de duração.

Letras: Nas músicas cantadas, encontramos letras de elevação emocional, de tristeza, de lamento e de alegria, e muitas vezes esses sentimentos se alternam dentro da mesma música. Para a bailarina fazer juz a sua dança, a dica é: pesquise a tradução da música! As músicas mais conhecidas são facilmente encontradas na internet e, se não encontrá-la, a dica é conversar com um tradutor, pois é essencial que a letra saia do seu coração! Claro que nem sempre é possível conhecer a letra, mas muitas improvisações se baseiam em composições originais, estendendo-as, ou acrescentando ou alterando um taksim ou um mawal, por exemplo.

Texto: Priscila Link Ravazio